AQUI VAI OS DOIS(2) PRIMEIROS CAPÍTULOS DESSA HISTORIA INCRÍVEL ESCRITA POR: AlineZetaJones, Nica Drumm e Cibele Fasolin. PARABÉNS MENINAS...!!!
Capítulo 1 - O início de tudo
"Há muitos e muitos anos, uma terra cheia de encanto e beleza sofreu um grande golpe: Era novembro de 1822! Uma guerra atingiu a Terra! Jovens eram enviados para defender suas terras e não foi diferente com os rapazes de Mariania. Porém as tropas inimigas tinham um plano.
As mulheres de Mariania eram conhecidas por sua beleza e fertilidade.
Enquanto o pequeno país mandou quase todos os homens para a guerra as mulheres ficaram ali sozinhas com suas crianças e desprotegidas.
Foi em uma tarde fria que um enorme pelotão inimigo invadiu Mariania, provocando a maior desgraça daquele povo: centenas e milhares de mulheres, crianças e idosos foram mortos. As mulheres foram abusadas e brutalmente assassinadas. Apenas um pequeno grupo de um vilarejo pobre do país conseguiu fugir para as montanhas e lá ficaram escondidas até o retorno de seus filhos e maridos.
Quando os homens retornaram para seus lares encontraram seu país destruído e suas mulheres mortas, não havia mais mulheres no país ... Depois de meses dois irmãos, Kletos e Pargos Kyasopoulos, encontraram as mulheres refugiadas nas montanhas. Eles as levaram de volta a cidade. Estavam fracas, famintas, algumas crianças não tinham resistido ao inverno nas montanhas. Aquelas mulheres foram tratadas como rainhas e deusas que eram.
Havia muitos homens e poucas mulheres para manter o país vivo. Então foi decidido pelas autoridades da época, e na pessoa do rei Parnápolis XII, que uma mulher deveria se casar com mais de um homem em nome do futuro de Mariania. Assim as mulheres mais jovens ganharam do rei uma boa quantia em dinheiro para se tornarem mães e esposas dedicadas. Quanto mais maridos, mais rica era aquela família, pois mais crianças nasciam no país."
Tempos atuais - Aula de História numa das turmas do Ensino Médio do Educandário Marianês.
- Agora vocês entendem porque somos um país poligâmico? Entendem porque somos diferente dos outros? Por que nossas mulheres podem ter mais de um marido, e são tratadas como são? – Elmer
-Professor eu já tinha ouvido essa história muitas vezes desde o primário, mas ninguém nunca narrou como o senhor... Enquanto o senhor contava, parecia que eu estava lá. Pobre de nossas mulheres ... e pobre dos homens que quando voltaram da guerra cheios de saudades e de amor para dar não puderam ter suas esposas! – Jared
- Sim... bem impressionante o jeito que o senhor nos contou! Somos mesmo um país incrivel" Diferente de todos" Não existem brigas entre os maridos de uma só mulher! – Nica
- Bem, isso é porque como você sabe geralmente os homens escolhidos para casar com uma só mulher são da mesma família ou de famílias amigas. Assim, há cumplicidade entre eles. É muito difícil conviver com homens de outra família dividindo sua esposa! Mas acontece... Homens de famílias diferentes, partilhando a mesma esposa e todos vivendo em paz. Em regra é assim! – Elmer
- E os filhos quando nascem são considerados de todos os maridos. Eu acho perfeito! – Nica
- Sim. Em Mariania somos filhos de vários pais. E aprendemos a amar e respeitar a todos eles. E claro, a reverenciarmos a figura feminina! – Elmer
- As mulheres são mesmo valorizadas aqui em Mariania! – Paulo
- Muito! São as rainhas de nosso país! – Elmer com um lindo sorriso.
- Então é por isso que quando nasce um menino, até os dias de hoje, isso é visto como algo ruim? – Iná.
- Não que seja ruim, Iná... Mas os bebês do sexo feminino são vistos como sinal de sorte para a familia. Não vejo como azar ter meninos... Eu tenho um filho de 6 anos que é maravilhoso. Mas infelizmente quando perdi minha esposa em um trágico acidente, ouvi pessoas comentando que a tragédia se devia porque nosso primeiro filho foi um menino! – Elmer
- Sinto muito, professor! – Eliane
- Que horror! Que pensamento mais ultrapassado! – Nica
-Nosso país tem pensamentos ultrapassados, mas mantemos as tradições do nosso povo... o que vale mais? Manter a tradição ou viver na modernidade deixando toda uma história ser enterrada? – Elmer
-Não quero ter vários maridos! – Iná
-Eu tive uma aluna que dizia o mesmo, ela falava de boca cheia que só teria um marido, pois vejam bem... Hoje ela tem 4! Aliás, quem aqui conhece mulheres que tem apenas um marido? – Elmer
Dois alunos levantaram as mãos.
- Viram só? São poucas. A maioria realmente se casa mais de uma vez. É uma tradição muito forte! – Elmer
- Eu quero 3 maridos!! Acho que está de bom tamanho!! – Nica
- Ainda não decidi sobre isso. Mas tenho um prometido!! – Eliane brincando com a amiga.
- Meu pai está escolhendo um pra mim...Mas como disse, quero mais dois ehehe! – Nica
- Pessoal um pouco de atenção... Muitas vezes nossas jovens não escolhem quantos maridos querem ter. Existe toda uma política envolvendo isso, depende dos negócios dos pais, da posição da família entre outras coisas. Não somos mais um país de monarquia. Somos um país pequeno, porém rico e belo... Vivemos todos muito bem! – Elmer
Nesse momento o sinal tocou o que fez o professor encerrar sua aula.
Alguns alunos saíram enquanto apenas uma ficou na sala...
- Professor... Tenho três irmãos. Dois deles já são prometidos...O senhor sabe... são prometidos de suas sobrinhas... Acho tudo meio estranho... Foram prometidos ainda crianças. Será que vão amar suas esposas? – Nica
- Você vai ver com o tempo que nada é estranho! Logo logo você também irá se casar! Primeiro vem o respeito e depois o amor. Vocês mulheres são seres iluminados, incríveis, com a capacidade de amor incondicional! Por isso tem o dom de carregar e gerar vidas, porque o amor que existe em vocês parece ser infinito! – Elmer.
Nica deu um suspiro e...
- E sua, ex aluna com 4 maridos ... acha que ela ama os 4 igual? – Nica.
- Ah, eu creio que sim... – Elmer
- Bem, eu já tenho 17 anos e meu pai até hoje não se decidiu quem será meu prometido... Será que estou condenada a ficar solteira? – Nica
- Claro que não! Se ele ainda não escolheu é porque devem ser muitas as opções. Ele está demorando para assegurar que fará a escolha certa. Confie! –Elmer dando um lindo sorriso para a aluna.
- Obrigada, professor... – Nica devolveu-lhe o sorriso.
- Agora... Até a próxima aula! – Elmer segurou a porta e esperou Nica passar.
Saiu andando pelos corredores do Educandário. Verificou o relógio passava de onze e meia! O sol estava forte e hoje era seu dia de buscar seu filho Daniel na escolinha.
Essa é nossa Mariania, um belo país encravado entre a Grécia e a Itália, com tradições fortíssimas, um povo querido, acolhedor e festeiro.
Um país pequeno, com uma capital lindíssima de nome Clície, uma homenagem a famosa lenda grega do girassol, banhada pelo Mar Mediterrâneo, suas praias de pedra e de areia, suas charmosas ladeiras e atmosfera romântica. Um país onde a mulher é tratada como musa, poderosa, necessária e única. Onde podem se casar com quantos maridos desejarem ter. E aí está um dos encantos de nossa linda Mariania, o país onde todas as cidades têm nomes femininos
Nosso conto girará basicamente em torno das histórias de três famílias marianezas, seus casamentos múltiplos, seus conflitos, amores, sentimentos bons e ruins, São essas famílias: os Tavenarkis, os Fasópolis e os Iglesolis.
Também teremos personagens de outras famílias, mas com histórias tão fascinantes quanto.
Line Tavenarkis e Bele Fasopolis eram melhores amigas desde a infância. Membros de famílias tradicionais e importantes do país receberam propostas de casamento desde a tenra idade.
Os escolhidos por seus pais foram: Enrique Iglesolis para Line e Ricky Tavenarkis para Bele.
Essa era a tradição no país. Meninas quando nasciam já começavam a ser "cortejadas" por pais de meninos.
Quando essas meninas completavam 18 anos já podiam casar e era geralmente com essa idade que acontecia. Depois de casadas tinham a liberdade de casar de novo com quantos homens quisessem, quantas vezes quisessem. Geralmente homens da mesma família ou de famílias muito amigas. Isso evitava confusões e desarmonia no lar.
A família Tavenarkis era formada pela matriarca Kalista, uma mulher bonita, na casa dos 50 anos, seus dois maridos, Heron e Laos. O primeiro marido, na tradição marianeza, era chamado de "aunque". O aunque de Kalista era Heron. Tinham um casal de filhos: Ricky, o mais velho. E a caçula Line.
Kalista tinha três irmãos. Solara, a mais velha, faleceu quando os filhos Mark, Draco e Marisa tinham 12, 10 e 6 anos consecutivamente. Era mãe solteira. Uma raridade em terras marianezas. Solara tinha um prometido desde a infância, mas fugiu dias antes do casamento por não amar seu noivo. Estabeleceu-se no México, terra dos ancestrais dos Tavernakis e lá conheceu um homem por quem se apaixonou. Moraram juntos e Solara engravidou três vezes. O homem era metido com gente perigosa e por causa de dívidas de jogo, foi morto numa emboscada. Solara ficou desamparada e voltou para Mariania. Infelizmente contraiu uma doença, passada pelo ex companheiro. Teve complicações e faleceu.
Kalista e os dois maridos assumiram a criação dos sobrinhos.
A irmã do meio se chamava Heleda. Uma mulher divertida, diferente, apaixonada pelos sobrinhos e ...solteira. outra raridade em Mariania. Heleda era solteira porque esperava seu grande amor. Lorenzo Lamazi, deixou o país quando ambos tinham apenas 18 anos de idade. Lorenzo foi embora do país com os pais e prometeu a Heleda em sua despedida, que jamais a esqueceria. Ela não sabia o porquê daquela separção brusca, daquela viagem... e ao longo da vida Heleda não quis saber de prometidos, de namoros, de compromissos. Decidiu que esperaria Lorenzo e assim fazia ate os dias de hoje.
O irmão mais jovem era Elmer. Prometido de uma bela jovem chamada Sabrina, casou-se aos 26 anos e tiveram um lindo garotinho de nome Daniel. Sabrina era bem mais nova que Elmer, com 18 anos recém completados. No ano seguinte ao nascimento de Daniel, Sabrina casou-se de novo. Viviam em harmonia, porém uma tragédia se abateu sobre aquela família. A historia deles saberemos mais pra frente.
A família Fasopolis era formada de Ignês matriarca da família, seu aunque George, o segundo marido Nicolas e seus 5 filhos: Miguel, Jensen, Michelle, Bele, e o caçula Jared.
Era uma das mais poderosas familias do país. Donos de mineradoras, eram proprietários da maior rede de joalherias de Mariania.
A família Iglesolis era formada de Rodhia, seu aunque (primeiro marido) Orestes e o segundo marido Julio. Tinham 4 filhos: Charlie, o mais velho era prometido de Marisa Tavenarkis, a sobrinha de Kalista que citamos acima. Enrique, o filho do meio, era prometido de Line Tavenarkis. Cristiano o mais novo dos meninos, não era prometido, mas os pais viviam buscando isso para o filho. Era a segurança para qualquer rapaz. E a caçulinha Nica, uma menina alegre e esperta. A única mulher da prole, a esperança de honra da família.
Rodhia faleceu num naufrágio que também vitimou Orestes. Julio, um mexicano que há anos trocara seu país pela bela Mariania, era o segundo marido e jurava que era pai de todos os quatro filhos, já que quando se casou com Rodhía, essa não possuía filhos. Julio era artista plástico e ainda hoje vivia de sua arte, muito valorizada nas casas de leilão e exposições marianesas. A esposa era dona das maiores casas expositoras de Mariania. Julio herdou todas elas. Tinham posses, mas eram uma família sem honras... Sua esperança era Nica! E seus filhos, ao se casarem com moças influentes no país. E era o que aconteceria agora com Enrique. Chegara sua vez de desposar Line Iglesolis e Julio tremia só de pensar que a moça pudesse fazer o mesmo que a prima fez com o primogênito Charlie. Ela o abandonou dois dias antes do casamento. Line completara 21 anos...Três anos a mais do que a idade que as moças tradicionalmente se casavam em Mariania. Porém, estava voltando do Japão onde morava com parte da familia há 7 anos. O casamento aconteceria em breve.
Tempos atuais – Tokyo – Japão & Clície – Mariania.
Uma ligação DDI unia duas amigas pra lá de especiais.
- Oi, amiga! – Line
- Lineee! Quanto tempo! Esqueceu de mim, né? Nunca mais me ligou! Só liga pro seu irmão... – Bele
- Aff, que mentira Bele! Nos falamos na semana passada! – Line
- É pouco! Quero falar com você toda semana! Ahaha! – Bele
- Hum... Ah é? Então acho que vai gostar da noticia que tenho pra te dar... – Line
- Ai meus deuses! Não me diga que finalmente estão voltando? – Bele
- Digo sim! Eheheh! Daqui uns 30 dias estaremos de volta! Aí poderemos nos falar todo dia...toda hora se você quiser! Ahahaha! – Line
- Que bom!!! Cunhada querida, amigaaa lindaaa!!! – Bele feliz e empolgada.
- Ahahaha!! – Line se divertindo com a empolgação do outro lado da linha.
- Mas peraí... Que cachooorrrooo!!! O Ricky nem pra me contar!!! – Bele indignada
- Hey, não chama meu maninho de cachorro, não se aborreça!!! Ele só soube hoje! Ligamos mais cedo pra ele lá no hospital... – Line
- Sério? Então retiro o que disse... kkkk... ele deve estar feliz demais! – Bele
- Muito. Todos nós estamos. Meus pais embarcaram hoje pela manhã. Foram na frente para resolver alguns detalhes antes de nossa chegada. – Line
- Uau, que bom! Mas me conta amiga... Você ta voltando pra casar, né? Por favor, não me diga que desistiu de casar. – Bele
- Não, não desisti...Estamos voltando pra isso mesmo. – Line desanimada
- Que desanimo é esse? Pensei que eu tivesse conseguido te animar quando estive aí. – Bele
- Não é desanimo não. Você conseguiu sim me animar... Conseguiu me fazer ver que casar é o destino de toda marianeza. E eu prometi ao Enrique que voltaria , então... – Line
- Não é isso, Line... Não é destino... Já conversamos tanto sobre isso. Não encare como uma obrigação, ou sei lá, um karma. Somos marianezas, totalmente necessárias, poderosas... Somos vitais pro nosso país! Mulheres! O poder, amiga...O poder! – Bele falava efusivamente.
- Tsc...eu sei, eu sei...e não é desanimo, Bele... Só estou meio... – Line
- Insegura? – Bele
- Um pouco... Sabe como é...Não vejo o Enrique há 7 anos... nos falamos por telefone... Trocamos alguns e-mails, cartas... Mas falta o contato físico, né? – Line
- Ele está lindo, Line! Posso te garantir que não vai casar com um tribufu! – Bele
- Ai Bele...não estou falando disso... – Line
- Não? Então tá falando de que? – Bele
- Sei lá... será que serei feliz? Ele é bonito sim...muito! Ele me mandou fotos ao longo dos anos...Está tão maduro, lindo... E o que é ele de jaleco branco e estetoscópio pendurado no pescoço? – Line
- Ahahahah! Bonitão né? – Bele
- Lindo... Mas... – Line
- Mas...??? – Bele
- Eu não sou a mesma...nem sei se ele vai me reconhecer! Nunca mandei fotos, e fiz você e Ricky jurarem que não falariam nada sobre minha aparência pra ele... – Line
- Talvez não reconheça mesmo... Mas sei que vai ficar de boca aberta, amiga! Você tá muito linda! De parar o trânsito! Eheheh – Bele
- Tsi...Bem, obrigada pelo elogio, mas... vamos ver no que vai dar. De qualquer forma...vou me casar! Eheheh e você será uma das damas! Sabe disso, né? – Line
- Adooooro! – Bele
- Mas me conta, como você está? Cuidando bem do meu maninho? – Line
- Sempre. Seu maninho é tratado a pão de ló...ehehe! – Bele
- E meu tio? Meu priminho? Como estão? – Line
- Ah... Elmer tem trabalhado tanto... fico morrendo de dó...as vezes ele dorme sobre as provas...corrige a noite inteira. E o Daniel está cada dia mais esperto e lindo! – Bele emocionada ao falar do enteado.
- Manda beijos pra eles...tô morrendo de saudades. E Henry? Channing? Aff... Bele...é mais fácil perguntar: "como estão seus 4 maridos?"!!! É muita gente! Kkkkkk – Line
- Estão bem, Line...kkkk...Sim, é muita gente. Aqui em casa é tudo em abundância. Se é que você me entende... – Bele maliciosa.
- Acho que entendo... Ou não. Sei lá! – Line com uma voz engraçada
- Eheheh... logo você dominará o assunto. Enrique é um bom começo... Depois você pega o jeito e vai querer mais um, e mais um, e outro e... – Bele
-... e chega! Kkkkk Não dou conta de quatro! – Line
- Também achei que não dava e olha eu aqui! – Bele
- Vc é ninja, cunhada! – Line
- kkkkkkkkk será? – Bele
- Opaaa... vai ter que me dar umas dicas quando eu chegar ai. – Line
- Todas! Conte comigo! – Bele
- Conto com isso! E olha... quero deixar a todos de boca aberta com a minha transformação! – Line
- Todos e principalmente o idiota do Cristiano! – Bele
- Esse eu quero que o queixo caia no chão! Quero que engula cada insulto que me fez a vida toda e principalmente o que me fez passar no baile do educandário! Aquela noite horrorosa que nunca saiu da minha memória! – Line
- Ai amiga... te dou o maior apoio em sua vingança contra o bestão, mas olha... não fica com o coração sujo não. Você está linda, diferente, é uma profissional premiada na profissão que escolheu seguir, cheia de atitude e vai voltar pra sua terra por cima, poderosa, pra casar com seu prometido lindo de morrer e será muito feliz! – Bele
Line sorriu do outro lado da linha, ficou emocionada e deixou uma lágrima rolar.
- Ai Bele, que falta eu senti de você todos esses anos, que bom que estou voltando... Amo você! – Line
- Também te amo cunhada! Minha melhor amiga! – Bele
Dias depois...
- Quero que fiquem todos os móveis... não vamos precisar de nada disso em Mariania! – Kalista
-Mas mamãe... – Line
-Não tem mas, minha filha...lá temos uma bela casa, com excelente mobília e toda equipada! Ai...Nem acredito que estamos voltando para nossa terra natal, para perto de seu irmão e para o melhor de tudo: o primeiro casamento de minha garotinha! – Kalista olhou para Line com olhos orgulhosos.
- Primeiro e único! – Line com cara feia
- Quando chegar em Mariania vai mudar de ideia... foi assim com suas primas e com a Bele! – Kalista.
- Ah! Bele sempre quis mais de um marido! E além do mais, elas são elas, eu sou eu! – Line
- Eu sei, você é mais delicada e mais exigente também, por isso seus pais já estão lá olhando direitinho seu segundo pretendente... escolhendo a dedo o moço mais lindo e viril que tenha um irmão igualmente lindo como ele... nunca se sabe se as coisas caminharão para um terceiro casamento! – Kalista com uma feição divertida
- Nem pensar, mamãe...nem pensar! Três maridos? Não mesmo! Vou me casar com Enrique e já está de bom tamanho! – Line protestou.
- Estou brincando, minha filha! Você sabe que seus pais foram na frente para organizar nossa vida legal! Documentos, pagamento de tributos...essas coisas... – Kalista
- Eu sei, mãe! Sei que vocês não seriam doidos de me tentarem arranjar um segundo marido antes mesmo de eu casar com o primeiro, que, REPITO, será o único! – Line
Kalista riu da negativa da filha. Sabia que ela mudaria de ideia. Em algum momento acabaria mudando. Foi assim com ela e com a maioria das mulheres que ela conhecia. De repente parou ao pegar um álbum de fotos que estava entre as coisas que iriam com a mudança. Abriu e olhou triste para a foto da sobrinha, a quem criou como uma verdadeira filha.
- Sabe... Apesar de ser bem mais velho, Charlie seria um ótimo partido para você. Não entendi a negativa quando ele teve a oportunidade... Bem, se ele não tivesse sumido de Mariania depois daquele dia até poderíamos propor novamente... – Kalista
- Mãe, por favor... – Line não gostava de lembrar daquele fato.
- Sinto tanta falta de Marisa... – Kalista alisando a foto da sobrinha.
- Mamãe pelo amor dos deuses... saímos de Mariania por causa disso! Marisa abandonou o noivo a dois dias do casamento. Traiu nossa família e nossas tradições! Por causa dela tivemos que deixar nosso país, nosso lar... Fiquei longe do meu prometido, de minha melhor amiga, do meu tio Elmer, da tia Heleda, de Draco...e o que é pior: do meu irmão! E você ainda tem saudades? – Line.
-Vai entender o que sinto quando for mãe! Tenho por Marisa um amor maternal... – Kalista
- Não sei o que saberei ou deixarei de saber... só sei que numa coisa a senhora tem razão: eu serei mãe sim! Terei muitos filhos... Isso eu quero! Quero muito! – Line
- Filhas, meu amor. Você terá muitas filhas! – Kalista a corrigindo.
- Filhas e filhos! Pelo menos 7!! – Line sonhadora
- Ahahah, com apenas um marido? Acha que Enrique sozinho lhe dará 7 filhos? – Kalista
- Sim...o que tem? Ele já citou várias vezes nas cartas que me escreveu ao longo desses 7 anos, e nos e-mail que me enviou que deseja muitos filhos também! Bom...Não o vejo há tanto tempo pessoalmente... Ele tinha apenas 17 anos quando deixamos Mariania. Mas sei que continua bonito e deve ser muito fértil! – Line
- Sim, vocês eram muito jovens. Dois adolescentes! Você tinha14 aninhos... Entrou no avião segurando o ursinho de pelúcia...Minha filhota cresceu e floresceu! – Kalista que pegou o urso na cama da filha e entregou a ela
- É... meu Pimpão. Está tão velhinho agora... Também, ganhei quando completei 5 aninhos. Presente do meu futuro cunhado... o que foi sem nunca ter sido. Coitado do Charlie, não merecia o que Marisa fez com ele... Apesar de ter me recusado... acho que foi melhor assim! – Line tinha uma ponta de mágoa daquele fato, mas escondia bem.
- Filha, vamos esquecer esse assunto... Voltaremos ao nosso país, pra perto de Ricky, de Draco, de seus tios,...pra nossa família querida, pro nossa empresa, nossos amigos, nossa terra...e você estará linda na cerimônia de seu primeiro casamento! – Kalista
- Único casamento, mamãe! – Line reforçou
- Tá bem, tá bem... eheheh... da forma que você escolher viver será feliz minha filha! – Kalista
- Serei sim... eu sei que serei! – Line abraçando o urso.
A família Tavernakis vivia no Japão desde a ocasião da fuga de Marisa, as vésperas de seu casamento com o Charlie, o primogênito da família Iglesolis.
A atitude da moça não era inédita em se tratando de casamentos múltiplos e arranjados. Sempre se ouviu falar de moças que fugiam para não se casar com seus prometidos, mas a famílias ficavam marcadas e era uma grande vergonha para a família da noiva. Uma desonra para a família do noivo. Marisa deixou apenas uma carta explicando a família que estava indo em busca de seu sonho de ser modelo! Nunca mandou noticias. A família ficou devastada!
Aconteceu assim...
7 anos antes – Mariânia
Numa sala reservada do Country Club...
- Julio, pelo amor dos deuses...nos perdoe! – Kalista segurou as mãos do homem que tremia.
- Não tenho nada para perdoa-los! Estou trêmulo, nervoso... Mas é de decepção e de muita tristeza pelo meu Charlie! Vocês não tem culpa de nada!- Julio
- Não tenho como reparar tamanha vergonha! Não sabíamos que Marisa pretendia fazer o que fez... – Heron muito sem graça.
- Na verdade nem sabemos se ela planejou isso mesmo ou se foi uma atitude impensada! – Laos
Line, sentada ao lado de Ricky e Draco, sentia tanta raiva de Marisa... Como ela pode fazer aquilo com seu prometido? Não era um homem qualquer. Era Charlie! Será que ela não dimensionava o que isso representava pra ele? Agora era um rejeitado e dificilmente conseguiria uma nova noiva.
Aconteceu no jantar que antecederia a cerimônia. Essa era uma tradição em Mariania. Dois dias antes do casamento uma recepção, coquetel ou jantar era oferecido pela família do noivo. Naquela noite, no salão golden room do Country Clube Marianês, a nata da sociedade daquele país compareceu em peso. Era o jantar oficial da primeira união da família Iglesolis com os Tavenarkis. Havia fotógrafos de colunas sociais. Seria O evento.
Porém, Marisa não compareceu. Enviou um mensageiro portando uma carta que foi entregue nas mãos de Charlie. Esse leu, sem poder acreditar naquelas palavras. A carta era direcionada a ele e aos tios, que a criaram como filha. Pedia desculpas e dizia que estava indo em busca de seu sonho, sua carreira de modelo profissional. Não revelava pra onde estava indo. Uma pessoa presenciou Charlie lendo a carta perplexo, e quando ele informou ao pai o que estava ocorrendo. Assim, a notícia foi correndo de ouvido em ouvido e logo todos no jantar sabiam da bomba!
Vergonha e humilhação para ambas às famílias.
Kalista caminhou até Charlie que estava sentado no sofá com a cabeça baixa. Sentou ao seu lado, pousou a mãos sobre seu braço.
- Perdão, Charlie! - Kalista
Ele ficou em silêncio por alguns instantes. Levantou então a cabeça, com a expressão de derrota e balançou a cabeça.
- A senhora não tem culpa de nada. Nenhum de vocês tem. Ela quis ir embora...Ela achou melhor assim... - Charlie
- Você é um rapaz lindo, jovem... Sei que haverá outra moça e... – Kalista
- Line! Isso... Pode se casar com a Line! Aliás, fazemos questão disso! Daqui a quatro anos ela já terá idade para se casar. Podem selar o compromisso agora e assim não será visto como um rejeitado! – Heron propôs, seriamente.
A menina arregalou os olhos. Olhou para Enrique que estava sentado ao lado do irmão Cristiano num canto da sala. O rosto queimou de vergonha e pelo susto. Mas no fundo, sentiu uma empolgação invadir-lhe a alma. Enrique a encarou confuso. Pensou em falar alguma coisa, mas não teve coragem.
- Concordo! É a solução mais acertada. Case-se com a Line. Você tem o direito! Sei que Enrique não se importará em ceder seu status de aunque. Afinal, são irmãos! – Laos
- Mas... É... Julio, o que vc acha? – Kalista estava surpresa com a solução encontrada por seus maridos.
- Por mim está ótimo! Mas depende do Charlie! Filho... – Julio olhou para Charlie esperando uma reposta.
O rapaz estava cabisbaixo, sentado no braço de uma poltrona. A cabeça baixa, expressão triste. Ficou calado.
- Enrique... – Julio olhou para o rapaz, e sinalizou para que ele falasse com o irmão.
- Charlie, eu...bem... – ele olhou para a noiva e de novo para o irmão – Se te fizer feliz, se te livrar da vergonha...Não me importo que seja o aunque. Me caso com Line em seguida.
O coração de Line estava aos pulos. Segurava forte a mão do irmão Ricky e do primo Draco. Mark lhe dirigiu um olhar cúmplice. Era uma situação delicada. A irmã havia feito uma loucura, um verdadeiro papelão. E a prima agora poderia amenizar o escândalo.
- Não! – Charlie respondeu somente.
Line sentiu o ar faltar. Parecia que uma bigorna caíra em sua cabeça naquele momento. O rosto ficou quente de vergonha. Viu Enrique respirar aliviado e Cristiano dirigir-lhe um sorrisinho sarcástico. O olhar dele dizia tudo:
- Bem feito!
- Não penso nisso... por favor, se vocês não se importarem, vou embora! – Charlie se levantou, e de cabeça baixa saiu da sala.
Aquela era a segunda humilhação que Line sofrera naquela semana fatídica. Dias antes Line passou pela noite que marcaria sua vida e que a empurrou a tomar a decisão de mudar o rumo de seu destino.
Então, após a recusa de Charlie, os Tavenarki se mudaram para o Japão, o mais longe possível do país de origem. Lá eles possuíam uma filial de sua indústria alimentícia. Estabeleceram-se em terras nipônicas. Na ocasião Line tinha apenas 14 anos. Mark o primo mais velho, os acompanhou.
Deixaram em Mariania o único filho, Ricky, que era prometido de Bele Fasopolis. Ele estudava medicina e ficou morando com o tio Elmer e sua família. Seu primo Draco também ficou. Morava com a tia Heleda, que também não quis deixar o país.
– E se Lorenzo voltar? Preciso estar aqui para recebê-lo. – Ela disse na ocasião.
Assim , continuou sua vida, tocando a diretoria das industrias Tavenarkis ao lado do sobrinho. Ambos seguraram as rédeas da empresa na ausência de Kalista, Herom e Laos.
Draco era um rapaz muito responsável, que já havia passado da idade de ser prometido de alguma jovem e na verdade, não se interessava por isso. Gostava de cantar, compor e frequentava os bairros boêmios da capital. Para ele não faltava mulher, mesmo em Mariania com sua tradição matriarcal.
Kalista, Laos e Herom expandiram os negócios por países da Ásia. Prosperaram bastante por aquelas bandas.
Quanto a Charlie... o rapaz se sentiu tão humilhado com o abandono que se mudou para os Estados Unidos. Estudou biologia e se especializou em biologia marinha. Sempre fora apaixonado pela vida aquática, desde menino em seus mergulhos nas cristalinas águas do mar marianês. Viajou o mundo e não se estabeleceu em lugar algum.
CONTINUA....!!!!
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