AQUI VAI OS DOIS(2) PRIMEIROS CAPÍTULOS DESSA HISTORIA INCRÍVEL ESCRITA POR: AlineZetaJones, Nica Drumm e Cibele Fasolin. PARABÉNS MENINAS...!!!
Capítulo 2
Estamos nos tempos atuais...
Enrique (24 anos), como Ricky, seu futuro cunhado, era médico. Cristiano, (22 anos) recém formado em educação física e Nica (17 anos) cursava o ensino médio.
Ricky e Bele estavam casados há 3 anos. A cerimônia aconteceu no Japão... Mas apesar de ser seu prometido desde a infância, Ricky não foi seu primeiro marido, ele acabou se tornando o segundo dos quatro maridos dela.
Após o papo com a mãe, Line sentiu a necessidade de ficar sozinha. Dirigiu-se ao seu cantinho favorito da casa em Tókyo: um murinho que separava a propriedade de um vasto jardim vizinho. Sentada naquela mureta sua mente viajou a 16 anos atrás... Aquela era a primeira lembrança que tinha de seu prometido: Enrique.
Mariania - Novembro de 1998
- Nem acredito que nossa princesinha completou 4 aninhos!! Parece que foi ontem que senti seu primeiro chutinho dentro da minha barriga! E vejam só... já é uma moça!!! – Kalista com Line no colo.
- Logo se vai casar!!! – Heleda, a tia de Line
- Nem diga isso, Heleda! Minha princesinha ainda é muito criança! – Laos
- Nosso bebê! – Heron abriu os braços e Line desceu do colo da mãe se jogou nos braços do pai.
- Não entendo, papai! Eu sou uma moça ou um bebê? - Line
- Ahahahah! – Todos acharam graça da pergunta da menina.
- Você é uma moça porque já tem 4 aninhos. Toma banho sozinha, escolhe suas roupas, já sabe até amarrar o tênis... eheheh...Mas é um bebê porque ainda não pode casar. Não mesmo! Só com 18 anos! – Laos que havia se aproximado e segurado a mão da filha carinhosamente.
- Eu acho que ela é um bebê mesmo! – Ricky
- Porque diz isso, meu filho? - Kalista
- Porque eu quero que ela seja sempre um nenenzinho, pra eu beijar, abraçar e andar de mãos dadas com ela. Não vou deixar nenhum menino se aproximar! – Ricky, do alto de seus 7 anos, todo ciumento.
- Nem Enrique? – Heleda
- Huuum...Enrique é meu melhor amigo. Ele eu deixo. Quando os dois crescerem podem casar. É... o Enrique eu deixo! – Ricky
Line começou a rir, mas não entendia muito bem do que falavam. Estava no colo do pai, então olhou pela janela e viu um menino vindo pela entrada da casa. Era Enrique. Estava acompanhado dos irmãos, Charlie de 13 anos e Cristiano de 5.
- Olha quem tá chegando. – Line apontou o dedinho.
- Nossa, acabamos de falar dele! Entra Enrique! Vem! – Ricky empolgado com a chegada do amigo, correu e abriu a porta da sala de estar.
Os três irmãos entraram e...
- Boa tarde! – Charlie todo educado
- Boa tarde, Charlie! Oi meninos! – Kalista simpática
Todos se cumprimentaram.
- Veio ver sua noivinha? Ela ainda está dormindo... Vou subir e chama-la. Já passou da hora de acordar. – Heleda
- Não... não precisa acordar a Marisa. Ela é uma dorminhoca...eheheh... Nós viemos trazer um convite. – Charlie todo solene estendeu a mão com um envelope.
- Convite? – Herom curioso.
- Sim... Nossos pais e nossa mãe estão os convidando pra um jantar lá em casa. Pediram desculpa por não terem vindo, mas disseram que vocês entenderiam que faz parte da tradição...Por isso estamos os três irmãos! – Charlie
- Tradição? Oh meu Deus... então é um jantar de... – Kalista emocionada olhou para Enrique.
Charlie sorriu, segurou a mão de Enrique, o irmão de 7 anos e ...
- Sim. – Charlie
- Avise seus pais e sua mãe que iremos. – Laos.
Enrique, de 7 anos, não tirava os olhos de Line que já não estava no colo do pai e sim sentada numa poltrona. Os óculos pareciam grandes demais para o rostinho delicado da menina e as tranças caíam pelos ombros, amarradas por fitas amarelas. Enrique era uma graça de menino. Vestia o uniforme do educandário. Estava todo sério, mas sorriu para Line
Ela riu e deu um tchauzinho pra ele quando saíram. O menino mais novo, Cristiano, olhou para Line e fez uma careta. Enrique, o puxou com força e saíram. Line coçou a cabeça sem entender o porquê da careta , mas se sentiu bem com o sorriso de Enrique.
- Viram só? Falávamos de casamento e... – Kalista emocionada
- E Enrique vai mesmo casar com a Line!! – Ricky levantou os braços, como se comemorasse.
- kkkkkk – todos acharam engraçada a reação do menino
Menos Line, que não entendeu.
- Eu vou casar? Hoje? Quando? – Line confusa
- Não, princesa... Como o papai te disse, você ainda é um bebê pra casar. – Heron
- Mas quando fizer 18 anos, vai ser a noiva mais linda de toda Mariania! – Laos
- Ta chorando, mamãe? – Line
- Não, filha...caiu um cisco no olho da mamãe. – Kalista disfarçando.
Draco e Mark entraram na sala naquele momento.
- O que houve, tia Kalista? Por que esta chorando? – Draco preocupado.
- Caiu um pisco no olho dela. – Line
- Pisco? – Mark sem entender
- Um cisco, Line... um cisco. – Kalista
- Os Iglesolis vão pedir a mão da Line para Enrique! – Heleda feliz
- Sério? Poxa... eles demoraram né? – Draco
- Um pouco... Algumas famílias andaram nos sondando desde que ela nasceu... Mas a preferência sempre foi dos Iglesollis. Queremos manter tudo em família...Marisa e Charlie, Line e Enrique... – Heron
- E eu? Eu também quero casar! – Ricky
- E vai, meu amor! Sua prometida é linda... não lembra da Bele? Você fará parte de uma das famílias mais respeitadas do país! – Kalista
- Claro que eu lembro. A melhor amiga da maninha! Sei que sou prometido dela. Só falei porque não quero ficar por baixo. Ahahaha! – Ricky
- Ahahaha! – Todos.
A campainha tirou Line daquele devaneio. Ela sorriu pela doce recordação de um tempo de tanta inocência, sacudiu a cabeça e desceu da mureta a fim de ver quem estava à porta.
Era o carteiro. Dentre algumas contas e faturas de cartão de crédito trazia uma carta. Era de Enrique. Line abriu prontamente e a leu.
Como sempre o rapaz era bastante carinhoso em suas palavras, porém as cartas eram curtas e sucintas. Line não entendia muito bem porque ele ainda as escrevia, já que costumavam trocar e-mails também. Uma vez ele dissera que era porque gostava de manter velhas tradições. Devia ser isso mesmo. Enrique era um jovem médico, moderno e antenado...porém, fã e adepto das tradições marianezas.
Line terminou de ler a carta, guardou-a no envelope e deixou-a dentro da gaveta onde guardava as tantas outras que ele já havia mandado. Ela sempre respondia, porém aquela não seria respostada. Iriam se ver pessoalmente em poucos dias.
Assim, ainda tomada pela emoção das lembranças de seu passado, voltou ao seu "cantinho das recordações" e lembrou de um dia especifico:
7 anos atrás – Véspera do Dia da Pátria – Mariania
Eram 11h da manhã, quase hora do almoço quando as turmas do Educandário Marianês foram dispensadas. O horário correto da saída era 11h40, porém como era véspera de feriado no país, era costume dispensar os alunos mais cedo. Line e Bele como sempre saíram juntas e rumaram para casa. Moravam a poucas quadras do colégio, por isso iam e voltavam a pé.
- Ai, que delicia poder sair um pouco mais cedo! – Bele
- Também acho... Ainda mais que a última aula hoje seria de matemática. Livramos-nos de uma boa. – Line ajeitando os óculos. Estava um ano adiantada no colégio.
- Você odeia matemática, mas só tira notas boas nessa matéria! Como é que pode? – Bele
- Odeio mesmo. Tiro notas boas porque estudo muito, vivo fazendo simulados de provas... só por isso! Mas odeio matemática! Queria matar quem inventou uma desgraça dessa. – Line
- kkkkk ai que besta... – Bele se divertindo com o jeito engraçado de Line.
- Mas não é? – Line
- kkkkkk – Bele ainda gargalhando.
- Só tem uma coisa que odeio mais que matemática. – Line
- O que? – Bele ainda se recuperando do acesso de riso
- Meu aparelho ortodôntico! – Line mostrando os dentes
- Ah, para... Até que o seu aparelho é charmoso. – Bele
- Ah sim... Muito charmoso. Meu aparelho, meus óculos e meu jeito de andar tão sexy... – Line andando um passo a frente.
- kkkkk pára! Palhacinha! – Bele voltando a rir.
- Huáhuáhuá – Line gargalhou. Sua risada era engraçada e mais parecia uma mistura de porco com pato sendo assassinados.
O humor era a válvula de escape de Line. Ela não era bonita ou popular. Então que fosse engraçada. Mas nem nisso conseguia muito êxito por causa da timidez. A verdade era que a jovem não tinha atrativo nenhum. Aos 14 anos por mais que Bele falasse com a amiga, ela não passava nem um batom. Era fechada nos estudos, usava aparelho nos dentes, nunca colocava um salto ou um sapato da moda. Era magra e desajeitada. Usava sempre uns coturnos pretos, nem pensava em enrolar um pouco a saia do uniforme do colégio e todos os botões de sua blusa eram fechados. Assim ela disfarçava um pouco seu colete ortopédico por causa do pequeno desvio que tinha na coluna. Além de tudo era míope e usava óculos.
As duas caminharam uma quadra quando Bele exclamou:
- Hey Line, tive uma ideia! – Bele
- Manda... – Line
- Está cedo ainda... seus pais e os meus não estão em casa, nossos irmãos também não...Pra que ir pra casa cedo e ficar sozinhas com os empregados? À toa? – Bele
- O que você quer fazer? – Line
- Vamos sentar um pouquinho na mureta da ladeira grande!!! Ficamos lá batendo papo um pouquinho, olhando o mar, sentindo o ventinho... Olhando os peixes... – Bele
- Olhando os peixes? – Line arqueou uma sobrancelha.
- É... estaremos a toa...mas a toa ao ar livre né? Muito melhor! – Bele
- Hum...Tá bem.... Até que é boa ideia. Vamos olhar os peixes! – Line com uma cara engraçada.
- kkkkk...boba! – Bele passou o braço sobre o ombro da melhor amiga e seguiram.
As duas atravessaram a avenida e rumaram para a ladeira grande. O lugar era lindo. Havia uma mureta no alto do morro de onde se avistava o Mediterrâneo que batia suas ondas nas pedras lá embaixo. Era um local de difícil acesso. Só se chegava lá a pé, pois a ladeira era estreita e de terra batida.
- Ai como eu amoooo esse cantinho de nosso bairro! –- Bele
- Também amo! Aliás, nosso bairro é cheio de cantinhos encantadores! – Line
As duas subiram na mureta e ficaram ali sentadas, com as pernas penduradas olhando o mar lá embaixo. Conversavam sobre amenidades, assuntos próprios de suas idades (14 Line, 15 Bele).
De repente, avistaram um movimento diferente nas pedras.
- Olha ali,... quem será? Que doido! – Bele apontando
- Não sei... Nossa, que perigo! – Line olhando, segurando os óculos
O rapaz descia pelas pedras e chegou bem pertinho do mar...mas na parte mais calma, onde as ondas chegavam mais tranquilas. Mesmo assim era agoniante vê-lo ali tão perto do mar, andando naquelas pedras escorregadias.
- Peraí... aquele é o Charlie! – Bele surpresa
- Não é não...tem certeza? – Line que não enxergava bem de longe, mesmo de óculos.
-Tenho... é ele sim. – Bele
- Ih, é ele mesmo.... O que ele faz ali? – Line
- E eu que sei? – Bele
Charlie desceu as pedras e ficou bem pertinho do mar... Estava com uma bermuda colada ao corpo, tipo aquelas de nadadores profissionais. Sem camisa, apenas com aquela bermuda. Levava pés de pato nas mãos e um óculos simples de mergulho.
- Ele vai mergulhar. – Line
- No mar bravo? Sem oxigênio? – Bele
- Eu acho que sim ... Mas acho que onde ele está o mar está mais calmo. – Line
Charlie mergulhou e sumiu no mar.
- Ai que aflição. – Line
- Seu primo é doido... mergulhar assim, sem equipamento. – Bele
- Quase primo, Bele... Futuro primo... Ele e Marisa ainda não casaram. – Line
- Se eu fosse ela pensava direitinho... Casar com um doido, eu heim! Vai acabar ficando viúva cedo. Era bom ela já ir pensando num segundo marido...aliás...acho melhor ela pensar logo nuns 4... – Bele
- Ele não é doido! É que ele gosta de animais marinhos ... e ele não vai morrer! – Line
- Por via das dúvidas... – Bele
- Você pensa mesmo nisso... pra você? – Line
- Nisso o que? – Bele
- Quatro maridos? – Line
- Eu penso. Você não? – Bele
- Não sei... Acho que não... sei lá! – Line
- Não seja boba, Line... Somos o único pais no planeta que aceita uma coisa dessa... Por que não aproveitaríamos? – Bele
- Somos o único? Mesmo? O mundo é tão grande! – Line olhando o horizonte
- Acho que sim... – Bele também olhando
- Acho que homem dá trabalho! – Line
- Eu que vou dar trabalho pros meus...isso sim! – Bele
- Mamãe as vezes fica doida com os meus pais. Eles são maravilhosos... eu os amo. Mas são complicados. Homem é complicado. – Line
- Line...acorda.... Somos adolescentes, acabamos de sair da infância. Não entendemos nada de homens... ainda eheheh! – Bele
- É...acho que você tem razão! – Line
- Claro que tenho. E quero quatro maridos. No mínimo. – Bele
- Bem, meu prometido parece nem saber que eu existo...então, acho que ele não se importaria mesmo de eu ter um segundo marido! – Line
- Ah, acho que você tem uma impressão errada de Enrique. Ele tem estudado muito pra entrar na faculdade de medicina. Então, não tem muito tempo... Mas às vezes eu o vejo te dando umas olhadinhas... Acho que gosta de você. – Bele
- Olhadinhas, Bele? E você acha que olhadinhas são prova de que meu prometido gosta de mim? – Line
- Acho sim... Ele tem aquele jeito dele... Ah...desencana, amiga!O que importa é que ele é seu! Isso é garantido. Assim como seu irmão é meu! E eu sei que me dei muito bem, porque o Ricky é lindo! E digo o mesmo do Henry! – Bele
- Sim, meu irmão é lindo mesmo. E um ótimo cara. E o Henry idem! Você se deu muito bem realmente, já eu... – Line
- Já você vai casar com Enrique, que, diga-se de passagem, também não é feio, apesar de meio reservado... e vai doma-lo. Ele é seu! Você quem manda! – Bele
- Ehehehe... é engraçado o jeito que você fala! – Line
- Mas é desse jeito! – Bele
- Cadê o Charlie? Não acha que ele está muito tempo dentro do mar? – Line olhando meio aflita
- Eu disse que ele era doido. Seu futuro cunhado não bate bem das cacholetas! – Bele
- Ah...ufa...olha ele ali! – Line apontando.
Nesse momento Charlie submergiu, balançou os cabelos encaracolados molhados e nadou ate as pedras. Ficou de pé sobre uma delas. Mãos na cintura, um olhar altivo, olhando a imensidão do mar. Era um belo rapaz, no auge de seus 23 anos.
Line sentiu algo estranho naquele momento. Algo que jamais havia sentido por ninguém. Olhou Charlie com olhos de mulher. A mulher que ela ainda não era, o olhar que ela não devia olhar. Charlie era o prometido de Marisa, sua prima, criada como irmã. Iria casar com ela em dois meses. Era estranho, diferente, mas o coração de Line disparou e ela o olhou daquele jeito... Diferente.
Ele era irmão de seu prometido, Enrique. Não era um homem que ela pudesse olhar com aquele tipo de olhar.
Bele falava ao seu lado, mas Line não ouvia nada do que ela dizia. Só ouvia o som das ondas batendo nas pedras, do vento soprando, das aves marinhas voando ... o som do cenário perfeito, que abalou as estruturas da adolescente. Charlie nem mesmo se parecia fisicamente com Enrique. Ela nem mesmo tinha o costume de conversar com ele. Quando aparecia em sua casa para ver Marisa, Line sempre estava entretida com os estudos, a tv, ou outra coisa qualquer. Por que raios o olhava daquele jeito naquele momento?
Charlie esticou os braços pra cima, e o físico bem delineado, com músculos visíveis, nada exagerado, mas muito bonito foi exposto ao olhar desejoso de Line. Bele continuava falando, ela sabia, mas não entendia uma só palavra que saia da boca da amiga.
De repente uma pedrinha a atingiu na cabeça, e o susto lhe tirou do transe.
- Ai, o que foi isso? – Line sendo arrancada de seu estado de contemplação
- kkkkkk – Alguém escondido atrás de um arbusto caiu na gargalhada.
- O que foi, Line? – Bele
- Não viu que tacaram uma pedrinha em mim? – Line passando a mãos na cabeça.
Bele olhou para o outro lado da estreita rua e percebeu o arbusto se mexendo. Deu um pulo do muro e alcançou o "engraçadinho" antes que pudesse fugir.
- Só podia ser você! – Bele arrastando Cristiano de trás do arbusto.
- Ai não! Eu mereço! Eu mereçooo! – Line jogando as mãos pro céu.
- O que foi, sorriso metálico? Vai dizer que te machuquei com uma pedrinha tão pequenininha? - Cris
- Não machucou. Mas atrapalhou nosso papo! O que ta fazendo aqui? Não cansa de me encher o saco?- Line
- Não, não canso não! Olívia Palito corcunda! – Cris
- Garoto, você é tão chato, mas tão chato que nunca será prometido a nenhuma garota! NUNCA! – Line
- Ui... essa doeu! – Bele
- Pra ser prometido a uma garota feia, quatro olhos, corcunda e magricela que nem você prefiro ficar solteiro pro resto da vida! – Cris
- Hey...não fala assim da minha amiga! E ela é sua cunhada! Mais respeito! – Bele
- Quase cunhada. Meu irmão ainda não cometeu a loucura de casar com ela! – Cris
- Mas vai... e infelizmente terei que te aturar pro resto da vida. A não ser que eu proibia sua entrada em nossa casa! – Line
- Nem precisa proibir, até parece que vou querer frequentar sua casa. Pra que? Pra me assustar quando abrir a porta de bobs no cabelo e creme na cara? Kkkkkkk Credo, já é feia assim! Imagina com a cara cheia de creme! kkkkkk – Cris
- Ih garoto...sai daqui, sai! – Line o empurrando.
- O que vocês tão fazendo aqui, heim? Por que não foram pra casa? – Cris ignorando a atitude de Line
- Não te interessa! – Bele
- Hum...olha lá o meu irmão! Chaaaaaarlie!! – Cris sentou na mureta e começou a gesticular para o irmão.
Charlie passou as vistas ao redor procurando de onde vinha a voz que chamava seu nome, até que ao olhar pra cima avistou os três adolescentes sentados na mureta.
- Oi, maninho! Oi meninas! Estão matando aula, é? – Charlie gritou lá de baixo.
Line e Bele deram tchauzinhos e Cris respondeu prontamente.
- Claro que não! Fomos dispensados mais cedo. Esqueceu que amanhã é dia da pátria? – Cris
- Ah...é verdade.... Resolveram dar uma arejada, né? Estão certos... o dia esta lindo. Mas Cris... não vá chegar atrasado pro almoço. O papai odeia atrasos, você sabe! – Charlie
- Eu sei! Não vou me atrasar! – Cris
- Ta bom! Tchau maninho, tchau Bele, tchau cunhadinha... – Charlie
Line sentiu a cara queimar. Enquanto Charlie falava com o irmão, seus olhos estavam fixos nele, o coração aos pulos, a mente confusa. Quando ele a chamou de cunhadinha foi puxada pra realidade. Era isso que ela era: a cunhadinha, criança, magrela, boca metálica, quatro olhos, corcunda, feiosa. E aquele era o noivo da linda e esfuziante Marisa, sua prima que desfrutaria de uma vida inteira com aquele rapaz lindo, de corpo molhado, braços fortes, barriga tanquinho, cabelos encaracolados...
- Aff, Line... para com esses pensamentos. Para! – Line
- Oi? O que disse? – Bele
- Disse o que?? Hã? Eu? – Line confusa e sem graça, percebendo que havia falado o que achava que estava apenas pensando.
- kkkkkkk além de lambisgóia é doida! – Cris
- Cala a boca muleque chato!!! Vamos Bele... o ar aqui ficou poluído desde que esse infeliz chegou! – Line puxando a amiga
- Vamos. To começando a ficar com fome. – Bele
- E eu perdi o apetite! – Line
- Pois devia recuperá-lo... Já é magra que nem uma lombriga, se não comer ....vai sumir! Kkkk – Cris
- Grrrrrrr – Line
- Deixa esse bestão pra lá...vamos amiga, vamos! – Bele a puxando.
As duas desceram e foram embora, deixando Cristiano sozinho na mureta.
- Você está tão estranha...– Bele olhando para Line enquanto desciam a ladeira.
-Estranha como? – Line
-Sei lá... falo com você e parece q está com a cabeça nas nuvens, acho que a pedrada do Cris te pegou de jeito! – Bele
-Ah! Deve ser...Pedrada né? – Line olhando pro nada.
- Olha ai... tá maluquinha! – Bele.
Line sorriu e deu de ombros, não estava nem ouvindo a amiga falar, era incrível como a imagem de Charlie saindo do mar não saia de sua cabeça.
"Mas que droga está acontecendo?" pensou Line se reprovando por seu comportamento nada adequado... ele era seu cunhado.
Já estavam na avenida principal e rumavam para o condomínio onde moravam, quando encontraram Marisa que saía de uma loja de cosméticos.
- Oi meninas... o que estão fazendo aqui? – Marisa
- Nada...Estávamos na mureta da ladeira grande! Vimos seu prometido por lá... estava quase se matando... Ele tem uns parafusos a menos na cabeça! – Bele
- Bele não fala assim! Ele só estava mergulhando! – Line
- Nas pedras... sem equipamento! – Bele riu.
- Charlie adora o mar ... – Marisa defendeu, mas sem muito entusiasmo na voz.
- Olá meninas... o que vejo aqui? As 3 mais belas jovens de Mariania! – Ricky se aproximando. Estava em sua inseparável motinha. Parou e sorriu para as três.
-São seus olhos, quer meus óculos? – Line brincando e ajeitando os óculos. Ela tinha o vício de empurrar os óculos para cima mesmo que não estivessem caindo do nariz.
Ricky, saiu de cima da moto e se aproximou.
-Imagina... eu enxergo muito bem... – Ricky que deu um beijo no rosto da prima Marisa.
Em seguida segurou a mão de Bele e levou aos lábios dando um beijo terno. Depois agarrou Line e a encheu de beijos estalados na bochecha.
- Não fique com ciúmes, mas essa é a irmã mais linda de Mariania! – Ricky
O rapaz de 17 anos era louco por sua única irmã. Era protetor e carinhoso com Line. Além de irmãos eram muito amigos e possuíam um vinculo enorme. Conseguiam até ler os pensamentos um do outro.
- Preciso ir... nos falamos depois! – Bele
- Vou na sua casa amanhã, no feriado... que tal sairmos para tomar um sorvete ou ir ao cinema? –Ricky
- Eu adoraria...– Bele sorriu, eles estavam começando a criar um vinculo mais próximo. Ela sabia que ao completar 18 anos seria levada ao altar e entregue a ele.
Ricky era simplesmente lindo, tinha sempre aquela cor morena de sol incrível, olhos castanhos maravilhosos e um sorriso matador que deixava Bele de pernas bambas. Line sabia que a amiga tremia cada vez que encontrava com seu irmão. Tinha aquele jeito mandão e despojado, mas arrastava um bonde para o prometido.
Dias atuais – Mariania – Academia Sports Gym
Cristiano havia terminado uma sessão de musculação na academia onde dava aula e estava no banheiro, tomando uma chuveirada. Olhou para o basculante e viu umas conchinhas rosas que alguém havia deixado ali. Na mesma hora lembrou-se de um dia especifico a 7 anos atrás.
Lembrança de Cris...
Charlie subiu pela trilha de pedras e alcançou a mureta onde Cris agora estava sozinho. Line e Bele haviam ido embora aborrecidas por causa das provocações dele. Principalmente Line que o odiava com todas as forças e não escondia isso de ninguém. Ele também a detestava e tinha prazer em azucriná-la.
- Ué...as meninas já foram? – Charlie
- Foram. Ainda bem... Já estava quase ficando vesgo de olhar praquela cara de pamonha de óculos da Line! – Cris
- Não sei porquê você irrita tanto essa menina...– Charlie
- Ora, olha para ela... é feia, desajeitada... Horrenda... é de dar medo em criancinha! – Cris
- Será esposa do nosso irmão! – Charlie
- Lamento por ele. Vai levar uma bucha, aliás, uma bruxa pra casa! – Cris
Charlie maneou a cabeça em negativa e riu do jeito moleque do irmão.
-Vamos para casa... Tenho uma coisa para Nica! – Charlie de um empurrão em Cris pegou a camiseta que estava pendurada na mureta e seguiu para casa...
Moravam não muito longe dali...Charlie deu uma carona ao irmão. Assim que chegaram ao condomínio, encontraram Julio e Nica chegando também. Estacionaram e se reuniram no quintal.
- Uau! Que concha enorme!! – Nica sacudia a concha no ar.
- Se encostar na sua orelha vai ver que tem o som do mar guardado nela... - Charlie
- Legal! Nica encostou a orelha na concha – É rosa e eu amo rosa!
- Eu sei, por isso peguei para você, princesa! – Charlie
- Você vai ser um bom pai, Charlie! – Julio
- Tão bom quanto o senhor? – Charlie sorrindo
- Sim, já tem tanto cuidado com sua irmã... Seu casamento será em breve ... Marisa é uma boa moça, de família influente... você está bem colocado na vida... Enrique também... agora preciso arrumar uma boa esposa para o Cris! – Julio olhando para o filho caçula com seu uniforme do educandário e a mochila nas costas.
- Ora, ele pode casar com a Line ou com Marisa no futuro .., – Charlie
- Tá louco, Charlie? Casar com a corcunda de notre dame? Deus me defenda! Não tenho vocação pra sofredor como o Enrique! Já Marisa é lindona...Você se deu bem. Mas não quero ser segundo ou terceiro de ninguém. Só me caso se for pra ser único! – Cris decidido.
- Ahahah, ai Cris...meu filho, você É único! Mas comece a pensar direitinho nisso, viu? Em Mariania não se pode escolher muito... – Julio
- Vou ter 7 maridos! – Nica interrompeu o assunto.
-Sete? Caramba, irmãzinha! –Charlie
- E muitos filhinhos! – Nica
- Filhinhas, meu amor... Filhinhas! – Julio sorrindo para a menina.
Cristiano terminou seu banho dando risada. As lembranças do passado sempre lhe traziam sorrisos. Até mesmo as implicâncias que tinha com sua cunhada...que por sinal, estava prestes a voltar.
- Aff...a monstrinha deve estar ainda mais feia nos dias de hoje. Pobre Enrique... – Cristiano se enxugando.
Em Tokyo...
Line ainda estava em seu "cantinho das lembranças"e os pensamentos tornavam a inundar a cabecinha da jovem... Tinha 21 anos, mas a cabeça voava como uma menina de 14... Voou de volta para o ano de 2008, praquela tarde véspera de feriado...
Na tarde daquela véspera de feriado, Line havia almoçado com toda a família e estava indo para seu quarto, quando ouviu a voz familiar de Charlie na porta.
- Oi, boa tarde ... vim falar com Marisa! –Charlie
- Oi Charlie! Vou chamá-la. Entre, fique a vontade! – Mark atendendo a porta.
Line não foi vê-lo, nem cumprimentá-lo, mas sentiu uma atração estranha e ficou olhando para Charlie escondida atrás de uma coluna de mármore que havia na sala. Era tão pequena e magrinha que ele não podia vê-la ali atrás.
Protegida, ela o observava: estava de camisa branca, calça preta , cachos molhados de um banho recente... Era alto e tinha um rosto bem desenhado. A boca dele parecia ser macia, os lábios eram bem delineados. Sentiu um odor de madeira e almíscar no ar: era o perfume de Charlie.
Line sentiu seu coração acelerar, era como se estivesse embriagada por ele.
- O que esta fazendo ai atrás? – Ricky chegando de mansinho.
Line tomou um susto tão grande que deu um pulinho para frente! Isso chamou a atenção de Charlie.
- Olá, cunhadinha! Oi Ricky! – Charlie sorrindo para os dois.
Ricky ainda não tinha visto o visitante até então.
-Oi... como vai? – Ricky estendeu a mão para Charlie e ao se virar para Line sorriu com certa malicia.
Line sentiu sua boca secar, não havia mais saliva em sua boca seus lábios estavam grudados, será que seu irmão percebeu alguma coisa? Estava profundamente constrangida.
-... está tudo bem com você? –Charlie
- E-eu... Perdí meus óculos! – Line nervosa.
Ricky estava com os braços cruzados, abriu um sorriso e arqueou a sobrancelha...
- Por um acaso não são esses ai que estão no seu rosto? – Ricky
Charlie riu gostosamente... Line parou mais uma vez para reparar nele, que sorriso lindo os dentes eram alvos, e ele tinha umas covinhas em locais especiais no rosto o que despertou uma vontade louca de beijar cada uma delas. Sorrindo ele parecia ter uma luz especial ao seu redor e um coral de anjos!
" – Será que estou enlouquecendo?" - Line pensou rapidamente.
- O que você tem irmãzinha?... Está ficando louca? – Ricky brincou.
" – Droga, saia da minha mente, moleque metido!" – pensou Line com raiva. Ricky sempre parecia ler seus pensamentos.
-Não... é que tenho muitas provas na próxima semana... e você sabe que adoro tirar notas altas... tenho que estudar, eu preciso estudar... vou estudar... passar bem! – Line subiu as escadas tropeçou no terceiro degrau, mas achou melhor não olhar para trás e não passar mais vergonha.
-Oi... que bom que você veio! – Marisa se aproximando.
-Vou deixar vocês dois sozinhos até mais! – Ricky saiu da sala dando privacidade ao casal.
Line se atirou em sua cama desolada. O que estaria acontecendo com ela? Seu corpo estava quente, sua mão fria... sua boca seca, e tinha uma vontade incontrolável de chorar. Mesmo sem estar triste, tinha um nó no meio da garganta... Sofria sem saber por quê.
-Line? – Ricky bateu na porta do quarto
- Sai, Ricky... quero ficar sozinha! – Line
- O que está acontecendo? – Ricky entrou mesmo assim.
- É o chato do Cristiano que não me deixa em paz... mas vou ficar bem! – Line mentiu.
-Você sabe que se ele fosse um pouco maior eu daria uma surra daquelas naquele moleque! – Ricky
- Eu sei... eu sei! – Line
-Mas algo me diz que não é nada disso... – Ricky
Line sentiu o colchão se mover ele tinha sentado em sua cama e afagava seus cabelos.
-Vai esconder um segredo de mim... justo de mim? – Ricky
- De verdade, maninho... não quero falar! – Line
Ricky afagou os cabelos dela.
- Coisa de menina? – Ricky
- É... é... – Line achou melhor assentir.
- Está bem... – Ricky sabia os limites da irmã. Ele se curvou beijou os cabelos dela . – Fique bem, tá? Odeio te ver triste!
- Vou ficar por aqui estudando. Não se preocupe! - Line.
- Ok ... Também vou estudar. O Enrique me emprestou uma apostila excelente. Tenho que le-la ainda hoje porque amanhã preciso devolve-la. – Ricky
- Tá bom...Estude bastante, entre na faculdade em primeiro lugar, se forme em medicina e arrase! Huáhuáhuá! – Line dando sua risada característica.
- Ahahah, boba... te trago um lanche mais tarde, ta bom? – Ricky
- Tá bom maninho, obrigada! – Line
Ricky saiu do quarto e Line se virou de barriga para cima... o que estava acontecendo com ela afinal de contas?
No murinho do quintal, Line suspirou demoradamente. Quantas lembranças inundavam sua cabeça...
Desceu do muro e voltou ao seu quarto. Ali viu o álbum de fotografias que sua mãe havia deixado sobre a cama... Começou a folheá-lo. Quantas recordações... Sentia-se feliz e ao mesmo tempo um pouco temerosa de seu futuro em Mariania...
Como estariam as coisas por lá? Como estariam seus amigos? Seu irmão amado? Seu prometido? Sabia que Enrique continuava bonito... Fazia quase um ano que ela reencontrara Bele e Ricky. A cunhada e amiga havia decidido viajar com os 4 maridos para o Japão. Tinha saudades da sogra e principalmente da melhor amiga. Passaram juntos o natal e a passagem de ano. Line riu muito da bagunça da cunhada e do pequeno Daniel achando tudo mágico e colorido, por causa das luzes da rua. Mesmo no Japão a globalização fazia com que a tradição natalina aparecesse nas decorações e comércios.
Ela olhou mais uma vez para as caixas ... Estava largando um país de primeiro mundo onde viveu parte de sua adolescência, onde cresceu, se transformou, se formou e conquistou novos amigos para voltar ao passado.
E Charlie? Como ele estaria? Onde ele estaria? Enrique nunca falava do irmão.
- Será que ele vai ao casamento? – Line que a sete anos não tinha noticias do cunhado.
- Como ele deve estar agora? Será que tem mágoa de nós pelo que Marisa fez? – pensou e parou observando uma foto especifica. Sorriu diante do retrato de 8 jovens parados em frente a Casipas, a sorveteria mais famosa e gostosa de Clície. Tinham ido comemorar o aniversário de 16 anos de Ricky! Bele estava com um vestido rosa, bem curtinho como sempre, de braços dados com o aniversariante e Henry seus então futuros maridos. Ela sorria confiante, olhando direto para a câmera. Line estava parada ao lado de Enrique que também sorria para a câmera e tinha passado o braço pelo ombro da noiva. Tinha os olhos fixos no chão, tímida como sempre. Charlie e Marisa abraçados um olhando para o outro, enquanto Cristiano fazia um chifre na cabeça de Line e colocava meio metro de língua para fora. Line fez uma careta ao lembrar-se de Cristiano.
- Besta quadrada! Vai me pagar por tudo de ruim que me fez passar!- Line fechou o álbum e colocou em uma das caixas –Chega de lembranças por hoje!
Deitou-se na cama e dormiu.
Naquele mesmo dia em Mariania, na hora do jantar...
- Família cheguei! – Ricky parando na porta da sala de jantar,
- Finalmente! – Elmer
- Onde está Henry? Ainda na chegou do escritório? – Ricky
- Chegou sim, está na cozinha tirando a lasanha do forno – Channing
-E nossa adorável esposa? – Ricky
-Subiu para tirar Daniel do chuveiro! – Elmer
-Será que dá tempo de um banho rápido? Estou com cheiro de hospital! O plantão foi pesado hoje! – Ricky
- Dá, mas seja rápido! Estou morrendo de fome! – Channing
Algum tempo depois, todos sentados a mesa de jantar...
-... um baile? – Ricky
- É, um baile! Uma festa! Poxa, sua irmã ficou tanto tempo afastada de Mariania! É minha melhor amiga... e seus pais também estão voltando... Gostaria de dar uma festa para eles! – Bele
- Adorei a ideia. Vai ser bem legal! – Henry
- Você nunca discorda dela não é mesmo? – Channing contrariado com a atitudes passiva de Henry
- Por que eu deveria? A idéia é ótima mesmo!- Henry
- Só tenho idéias ótimas eheheh! Também, faz mais um ano que Enrique e Line não se vêem! Precisamos comemorar esse reencontro! Você também Elmer! Não está com saudade de sua sobrinha, sua irmã, seus cunhados? – Bele
- Muitas saudades! Bom... e onde seria essa festa? Aqui em casa? – Elmer
-Não! Pensei no clube! – Bele
-Você adora esse negócio de festas, né? – Channing
-Adoro, marido rabugento! – Bele sorriu para ele. Channing sacudiu a cabeça e sorriu de volta.
- Além de tudo, ainda vamos conhecer a esposa do Mark! Como é o nome dela mesmo? – Bele
- Cici! – Elmer
- Isso... Poxa, queria tanto ter ido ao casamento deles! mas foi tudo tão rápido... – Bele
- Sim, eu também queria ter ido! Mas agora vamos conhecer a nova membro da familia! – Elmer
- Tá vendo? São muitos os motivos pra festejar! – Bele animada.
-Está bem! Acho que a Line vai ficar feliz em saber disso! – Ricky
-Não!! Vai ser surpresa... por favor não conte nada a ela!! Nem a ninguém! Vamos surpreende-los!! – Bele.
CONTINUA...!!!!
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